Homenagem a vítimas de violência sexual e doméstica reúne empresárias e representantes de entidades
Durante a pandemia da covid-19, com o isolamento dentro de casa, os índices de violência doméstica subiram 36%
Em almoço com cerca de 80 pessoas, na casa de Anne Wilians, presidente do Instituto Nelson Wilians e uma das fundadoras do Projeto Justiceiras, as mulheres vítimas de violência sexual e doméstica foram homenageadas pela coragem de denunciar seus agressores e falar publicamente de seus traumas. De vítimas, elas se tornaram sobreviventes e exemplo para muitas outras mulheres que passam pelo mesmo processo.
Além de Anne Wilians, a homenagem foi promovida por Marina Ganzarolli, advogada, idealizadora do Me Too Brasil e da deFemde – Rede Feministas de Juristas. Também pela Promotora de Justiça e fundadora do Instituto Justiça de Saia, Gabriela Manssur, e pelas advogadas Izabella Borges e Luciana Terra.
Durante a pandemia da covid-19, os índices de violência doméstica subiram 36%. Isoladas dentro de casa e, na maioria das vezes, tendo de conviver com o agressor, um número crescente de brasileiras acabou sendo vítima de abuso doméstico na quarentena.
Muitas empresas e organizações da sociedade civil se mobilizam para ajudar essas mulheres a buscar socorro. A atriz Duda Reis, que recentemente criou um instituto para combater a violência doméstica, após ter sofrido agressões em seu último relacionamento, também participou da homenagem. Assim como Luciana Temer, presidente do Instituto Liberta, que pede o olhar da sociedade para exploração sexual de meninas. Participaram também do encontro a primeira-dama de São Paulo, Regina Nunes, e a empresária Rachel Maia.
“É muito importante esse tipo de iniciativa para reconhecer muitas das vozes que dão força ao trabalho de enfrentamento à violência, é por meio delas que temos outras mulheres reconhecendo sua situação de violência e quebrando paradigmas”, diz Anne Wilians. “A nossa legislação avançou muito nos últimos anos, mas precisamos caminhar ainda mais, as empresas devem ser envolvidas no diálogo, a sociedade deve ser sensibilizada para prevenir, combater e identificar situações de violência doméstica.”