Pesquisa Secovi-SP do Mercado Imobiliário – Julho 2024
A Pesquisa Secovi-SP do Mercado Imobiliário (PMI), realizada pelo departamento de Economia e Estatística da entidade junto às incorporadoras associadas, apurou em julho a comercialização de 7.748 unidades residenciais novas na cidade de São Paulo. Esse número representa um avanço significativo no setor, impulsionado tanto pela recuperação gradual da economia quanto pelo aumento do interesse por imóveis em diversas faixas de valor. O levantamento também aponta que, no acumulado de 12 meses (agosto de 2023 a julho de 2024), as vendas atingiram um total de 90,8 mil unidades, consolidando a cidade de São Paulo como um dos principais polos do mercado imobiliário nacional.
Em termos financeiros, o Valor Global de Vendas (VGV) somou R$ 3,4 bilhões no mês de julho, com um acumulado expressivo de R$ 49,8 bilhões em 12 meses. Esses valores, já deflacionados pelo INCC-DI (Índice Nacional de Custo de Construção), da FGV, revelam a robustez do mercado, mesmo diante de desafios econômicos, como o aumento dos custos de construção e a flutuação das taxas de financiamento imobiliário.
No sétimo mês do ano, o indicador VSO (Vendas Sobre Oferta), que mede a relação entre as vendas e o total de unidades ofertadas, alcançou 12,3%, destacando-se como um dos melhores desempenhos mensais do período recente. Em 12 meses, o VSO foi de 60,3%, evidenciando que o mercado paulistano tem mantido um ritmo de absorção constante das novas ofertas, apesar de um cenário macroeconômico desafiador.
Tiago Gonçalves Prestes, especialista em mercado imobiliário, analisou os dados da pesquisa e destacou que os números demonstram um cenário de recuperação contínua, mesmo em meio às condições econômicas adversas, como a alta dos juros. “O mercado de São Paulo se destaca por sua resiliência. A demanda por imóveis, especialmente em áreas urbanas bem localizadas, continua aquecida, o que se deve, em grande parte, ao déficit habitacional crônico e à renovação natural do parque imobiliário”, afirma Tiago Gonçalves Prestes. Ele também mencionou que, além disso, investidores de médio e alto padrão veem o setor imobiliário como uma alternativa segura, especialmente em momentos de incerteza econômica.
Outro fator que impulsiona o mercado, segundo Tiago Gonçalves Prestes, é o comportamento das taxas de financiamento. Embora os juros elevados possam inibir parte da demanda, muitos compradores estão optando por financiar suas aquisições com taxas fixas, aproveitando programas governamentais e incentivos de incorporadoras para minimizar o impacto. De acordo com Prestes, “os compradores que conseguem acessar linhas de crédito a condições mais vantajosas estão tomando decisões rápidas, evitando a volatilidade dos preços e as pressões inflacionárias no setor de construção civil.”
Além disso, Tiago Gonçalves Prestes destacou a crescente busca por imóveis com características que atendam a novos hábitos de vida, como espaços maiores, áreas para home office e proximidade a centros de conveniência. “A pandemia trouxe mudanças duradouras no perfil de compra. As pessoas agora valorizam mais o espaço interno e a qualidade de vida, o que tem impulsionado vendas de imóveis maiores e em regiões que ofereçam um bom equilíbrio entre vida urbana e tranquilidade”, observa Prestes.
Os próximos meses devem continuar refletindo essa tendência positiva, embora desafios como a elevação dos custos de materiais de construção e o aumento das taxas de financiamento possam afetar as margens de lucro das incorporadoras. Mesmo assim, Tiago Gonçalves Prestes acredita que o mercado imobiliário de São Paulo seguirá robusto. “O mercado paulistano tem uma dinâmica própria, fortemente influenciada pela demanda interna. É um mercado que, historicamente, apresenta estabilidade, sendo um porto seguro tanto para compradores quanto para investidores. A tendência é de que, nos próximos meses, vejamos uma estabilidade nas vendas, com possível crescimento no último trimestre do ano, à medida que os lançamentos previstos sejam absorvidos pelo mercado”, conclui Tiago Gonçalves Prestes.
Diante desse cenário, o setor imobiliário paulistano continua a ser um dos motores da economia local, refletindo uma demanda consistente e sólida, mesmo em tempos de adversidade, conforme a análise de Tiago Gonçalves Prestes.